A Lei Áurea, oficialmente Lei n.º 3 353 de 13 de maio de 1888, foi a lei que extinguiu a escravidão no Brasil. Essa é a data documentada, no entanto, o processo, para já se perpetuava por alguns anos, por exemplo a lei do ventre livre de 1871 que libertaria os filhos de escravos e do sexagenário de 1885, que libertava os escravos maiores de 60 anos. Na verdade, o mundo forçava tal ação no Brasil em especial a Inglaterra por meio da revolução industrial, que demandada de consumidores, ou seja, a manutenção da mão de obra escrava não viabilizaria o crescimento do capitalismo. Pois bem veio a “liberdade” e os escravos, senhores de terras começaram a pressionar o governo Federal para que fosse indenizado pela liberação dos escravos, uma vez que alegavam perca de patrimônio, e além do mais, o que ainda poderiam lucrar, em cima da escravização destas pessoas.
Agora entramos na figura do ministro da
fazendo Ruy Barbosa de Oliveira, foi um polímata brasileiro, tendo se destacado
principalmente como jurista, advogado, político, diplomata, escritor, filólogo,
jornalista, tradutor, orador e “abolicionista”. O então Ministro da fazenda, início
da república, começou a sofrer pressão dos senhores que reivindicavam
indenização por “aderirem” a abolição. Ruy Barbosa informou-os que não pagaria
nada a ninguém, existem relatos que dizem, que o ministro teria afirmado que
quem deveria receber indenização eram os escravos, será?
Em 14 de dezembro de 1890, o ministro
da Fazenda, Ruy Barbosa assinou um despacho ordenando a destruição de
documentos referentes à escravidão. O Estado de 19 de dezembro de 1890 publicou
trechos da ordem, que pedia que s registros sobre servidão fossem enviados para
a capital, onde se procederia a "queima e destruição imediata deles".
Na ocasião o ministro informou que a decisão seria para impedir que os
escravagistas tivessem provas, que mais tarde poderiam ser utilizadas contra o
governo afim de solicitar as indenizações. Este teria sido o verdadeiro motivo
que o fez tomar tal decisão.
Mas para os jornais, o documento, o
político chamavam a escravidão de "instituição funestíssima que por tantos
anos paralisou o desenvolvimento da sociedade e infeccionou-lhe a atmosfera
moral ". E, dizia que a república era "obrigada a destruir esses
vestígios por honra da pátria e em homenagem aos deveres de fraternidade e
solidariedade para com a grande massa de cidadãos que a abolição do elemento
servil entrara na comunhão brasileira."
Logo, naquele momento se iniciava, o
silenciamento, de um povo que já havia sofrido muito e ainda sofreria muito
mais nos anos que se seguiria, pois a senzala mudou de nome e passou a se
chamar presidio. Nossa história de onde viemos, quem são nossos antepassados,
aqueles guerreiros que foram tirados de suas tribos e escravizados neste país
escravocrata, nunca saberemos. No dia 13 de maio de 1891, uma imensa fogueira
foi feita, no rio de janeiro, em parça publica para queimar todos os registros
oriundos da escravidão no Brasil.